Projeto Integrando Gerações "Informática na Terceira Idade" - Um projeto brasileiro!
'Se você acha que pode ou se acha que não pode, em ambos os casos você está certo'.
Henri Ford
O final do século anterior, mais especificamente as últimas duas décadas, foi marcado pelas grandes transformações tecnológicas, o aumento da expectativa de vida e da longevidade. Com o novo surgem o estabelecimento de novos paradigmas, como a de que o computador foi feito para o jovem e outros caem em desuso, como a idéia de que o idoso esteja “rondando o próprio túmulo”.
Os idosos da nossa era já não são mais como antigamente, eles são atuantes, dinâmicos, gozam de grande longevidade, críticos, participativos, conhecedores dos seus direitos e deveres, dentre outras qualidades e atribuições. Sem falar que existe legislação federal específica em favor deles, é o caso do Estatuto do Idoso. Portanto é crescente a necessidade de se criar mecanismos e formas que visem exatamente isso, a “valorização do envelhecer”.
Com toda certeza se pode afirmar que o idoso de hoje tem capacidade cognitiva para ampliar a sua gama de conhecimentos, bem como tem vez e voz para compartilhar e expressar as suas idéias e experiências com as diversas áreas profissionais e com a sociedade em geral.
Ao contrário do que podemos pensar, os idosos têm demonstrado uma grande reação diante de antigos preconceitos e da falta de informação da sociedade no qual está inserido. Já não são considerados penosos, apáticos, sem perspectivas e onerosos. Estão atualmente inseridos no conceito adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS-ONU) de envelhecimento ativo .
No entanto, essa parcela, considerável e expressiva, encontra-se, em sua maioria, alheia ao contexto tecnológico que se vivencia atualmente. Só na cidade de Campo Grande vive em média 1/3 da população de idosos de todo o estado do Mato Grosso do Sul. São cerca de 53 mil pessoas com idade acima de 60 anos, segundo o Censo Populacional de 2001 do IBGE.
Exemplo dessa dita alienação tecnológica e bem notória é a grande dificuldade e, por que não mencionar, os mais desagradáveis constrangimentos a qual a maioria dessas pessoas se submete quando precisa utilizar os sistemas de facilitação e agilização da rotina de nossa sociedade (bancário, comercial e auto-atendimento em geral), disponíveis.
É incontestável a necessidade de aprimorar e capacitar nossos idosos para a vida moderna, para que exerçam a cidadania e tenham direito à qualidade de vida de fato.
Tricô, crochê, bordado, cestos, colagens, pintura, dança, caminhada, viagens, teatro, cinema, festas e outras atividades são relevantes, cada qual com sua importância e objetivos, pois estão ligadas à promoção social e de saúde. Mas, só isso será o suficiente para que vivam bem hoje em dia? Estão preparados para lidar com o novo? O computador foi essencialmente desenvolvido apenas para as novas gerações? É evidente que não.
De um lado tem-se a vida moderna exigindo cada vez mais conhecimentos e práticas que certamente os idosos gozam de capacidades para aprender, discernir, avaliar, contextualizar, criticar e adaptar-se a tudo isso, pois vivem a fase que chamamos de “Melhor Idade”. Essa fase se constitui, segundo estudiosos do assunto, a melhor época da vida, pois já superaram, em tese, a fase dos problemas comuns a todos nós, como: desemprego, cumprimento de horários e de certas obrigações, como a criação e educação dos filhos, entre outros. É a hora de “aproveitar a vida”, de talvez recuperar o tempo e oportunidades perdidos, inclusive a de estudar.
E de outro lado, temos o “assustador e temível” mundo tecnológico, principalmente com o advento da internet que, também tem deixado uma outra grande parcela da sociedade – os nossos jovens, seguindo seu próprio destino, viajando virtualmente pelo mundo, à sua maneira, estando sujeitos a diversas situações deploráveis.
É possível observar nos noticiários, quase que diuturnamente, algumas situações para as quais nem mesmo o atual Código Penal Brasileiro prevê punições/penalidades como: a invasão de computadores, o envio proposital e criminoso de vírus de computador para outros usuários, isto sem falar na facilidade de acesso a conteúdos eróticos e pornográficos, de incentivo ao uso de drogas, incitação à violência e terrorismo, entre outros.
A vida cada vez mais difícil, conturbada e agitada deste Século XXI, exige que os pais vão para o mercado de trabalho praticamente o dia inteiro em busca do sustento e conforto familiar. A ausência dos pais contribui, condiciona e muitas vezes direciona e corrobora para que os jovens vivenciem situações problemáticas que também fazem parte da vida moderna.
De fato, são duas realidades preocupantes: o país caminhando a passos largos para o pleno desenvolvimento juntamente com os nossos idosos, alienados das novidades tecnológicas e dos acontecimentos da vida moderna, evidenciados pelas dificuldades enfrentadas diante de máquinas cada vez mais superdesenvolvidas e a dos nossos jovens a mercê de um futuro incerto, arriscado e sujo diante desta mesma máquina tão assustadora para a turma da terceira idade, para essa última, como se fosse o enigma da esfinge: “decifra-me ou te devoro”.
Diante disso o que fazer?
A conclusão a que o autor chega é esta: é plenamente possível minimizar e/ou amenizar os dissabores dessa conjuntura: “empregar os conhecimentos tecnológicos adquiridos pelos jovens, de uma forma salutar, a serviço das pessoas idosas”.
Vale destacar que, um dos pontos relevantes do projeto, relatado detalhadamente através das postagens publicadas nesta página e nas demais, é que ele atende parte de uma população que vem aumentando, a cada ano, e completamente desassistida do ponto de vista de apoio tecnológico. Eles representam um contingente de quase 15 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade, ou seja, 8,6% da população brasileira, segundo o último Censo do IBGE, realizado em 2000.
Nove anos antes, esse número era cerca de 11 milhões. Estudos recentes prevêem que nos próximos vinte anos, a população idosa do Brasil poderá ultrapassar os 30 milhões de pessoas, o que significa quase 13% da população nacional.
Mas, e como fazer para atender essa demanda sócio-tecnológica, os excluídos digitais, mesmo que seja apenas em nível local?
Para isso apresento o PROJETO INTEGRANDO GERAÇÕES "INFORMÁTICA NA TERCEIRA IDADE".
Um abraço,
Francesco Edson Nogueira
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